sexta-feira, 27 de agosto de 2010

LAUDELINA DE CAMPOS MELO

Laudelina de Campos Melo
(Líder feminista brasileira )


1904 - 1991



D. Laudelina de Campos Mello , nasceu em 12 de outubro de 1904 em Poços de Caldas - Minas Gerais e faleceu em 1991. Teve uma infância pobre e cursou até o terceiro ano no Grupo Escolar David Campista. No nosso entendimento se transformou na maior militante negra do inicio do século até os últimos tempos, pois se destacou, por seu sentido de luta, transformado em uma autonomia e coragem moral, que lhe possibilitou ter a inventividade moral, isto é, a capacidade de criar, a partir das tradições culturais afro-brasileiras vigentes, padrões historicamente novos de denúncia e de condenação ao que existe. (Moore, 1987)


Iniciou sua militância em organizações negras aos dezesseis anos, em Poços de Caldas. Foi a primeira Presidente do Clube 13 de Maio, o qual tinha finalidades recreativas. Permaneceu até inícios da década de 30 na organização e participação de associações de lazer e prestações de serviços beneficentes, atuando muito mais na cidade de Santos. Os anos de 1933 a 1963, foram o auge de sua militância no Movimento Negro. Esse período é expressivo pela continuidade de suas ações e, principalmente, porque no início dos anos 1930 ela dá um caráter político, reivindicatório a sua luta.

Líder feminista brasileira nascida em Poços de Caldas, Estado de Minas Gerais, incansável lutadora pelos direitos do negro e das empregadas doméstica no Brasil. Aos sete anos de idade, começou a trabalhar como empregada doméstica e passou por uma infância de exploração, discriminação e racismo, o que levou a desenvolver dentro de si a indignação com a desigualdade no país. Com 16 anos começou a atuar em organizações de mulheres negras e foi presidenta do Clube 13 de Maio, que promovia atividades recreativas e políticas. Foi para Santos aos 20 anos, onde se tornou ativista da Frente Negra Brasileira. Passou a atuar em movimentos populares e sua militância ganhou um peso político e reivindicatório, com sua ligação ao Partido Comunista Brasileiro. Criou uma Associação das Empregadas Domésticas (1936), fechada seis anos depois (1942), quando atividades políticas foram proibidas em função do Estado Novo. Mudou-se para Campinas, onde se integrou ao movimento negro da cidade e denunciou que as empregadas negras eram preteridas, protestando contra os anúncios racistas do jornal Correio Popular. Fundou a Associação Profissional Beneficente das Empregadas Domésticas (1961), para defesa dos direitos das empregadas domésticas e intermediação de conflitos entre patroas e empregadas, uma vez que não havia legislação trabalhista para a categoria. Sua atuação foi exemplo para que fossem criadas associações no Rio de Janeiro (1962) e em São Paulo (1963) e que deu origem ao Sindicato dos Trabalhadores Domésticos (1988). atuou nas universidades brasileiras por mais de 30 anos, até seu falecimento. Em seus últimos dias, foi eleita, por reconhecimento de sua competência, Chefe do Departamento de Sociologia, da Pontifícia Universidade Católica - PUC, Rio de Janeiro. Faleceu em Campinas como um símbolo da luta por tornar visível o trabalho doméstico, denunciar sua desvalorização e buscar conquistar direitos trabalhistas e dignidade, explicitando a situação de profunda pobreza, racismo e machismo na qual vivem milhares de mulheres negras em todo o país.

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